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23 de agosto de 2024

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A TRรGICA E AO MESMO TEMPO DIVERTIDA HISTร“RIA DA รšLTIMA DAS GRANDES BANDAS DE ROCK EM UM LIVRO MONUMENTAL
"Sinistro e revelador."
– New York Post
Nesta grande biografia de rock, Stephen Davis - autor do lendรกrio Hammer of the Gods, sobre o Led Zeppelin - detalha a fascinante histรณria da banda que se originou nas sarjetas de Sunset Strip e se tornou a maior e pior banda do planeta. Davis captura brilhantemente o nascimento do poder bruto do Guns, que - apesar das acusaรงรตes de estupro, violรชncia induzida por drogas e um apetite geral por destruiรงรฃo - lanรงou a banda no panteรฃo de deuses do rock como Led Zeppelin e Rolling Stones. 
Com riqueza de detalhes, Davis analisa a busca incansรกvel de Axl para lanรงar o tรฃo esperado e misterioso รกlbum Chinese Democracy, bem como as novas aventuras de alguns dos Gunners sob a bandeira da banda de hard rock Velvet Revolver. Acima de tudo, aqui estรก a verdade - ร s vezes engraรงada, ร s vezes trรกgica - sobre a รบltima das grandes bandas de rock.
"Cinco estrelas! O verdadeiro golpe de Stephen Davis รฉ mostrar como Guns pode ser eletrizante em um momento e espetacularmente babaca no outro. Vocรช pode nรฃo gostar de Axl Rose ao terminar o livro, mas vai entendรช-lo melhor."
– Revista Mojo
Editora: ‎ Belas-Letras; Stephen Davis ediรงรฃo (9 junho 2023) Idioma: ‎ Portuguรชs Capa comum: ‎ 608 pรกginas

Sobre o Autor:
Stephen Davis รฉ o principal jornalista e biรณgrafo de rock dos Estados Unidos, entre suas obras se incluem a histรณria dos Rolling Stones, Old Gods Almost Dead, bem como os best-sellers do New York Times Walk This Way (com Aerosmith), Fleetwood (com Mick Fleetwood) e a histรณria do Led Zeppelin em Hammer of the Gods.
Disponรญvel:AMAZON

24 de maio de 2024

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A HISTร“RIA DO รšNICO MรšSICO QUE PARTICIPOU DE TODOS OS รLBUNS DO PINK FLOYD.
Pink Floyd รฉ uma banda que atravessa geraรงรตes, nรฃo apenas por seus quarenta anos de existรชncia, mas pela potรชncia de sua mensagem. E o que o รบnico membro que esteve em todas as formaรงรตes pode nos contar sobre o que hรก por trรกs dela? Nick Mason, o baterista que integrou Pink Floyd desde o inรญcio modesto na cena underground atรฉ os mais estrondosos shows em estรกdios, conta com bom-humor e muita ironia o que levou a banda a se tornar o รญcone que รฉ hoje – incluindo suas memรณrias, mas tambรฉm diversas entrevistas, uma linha do tempo meticulosa e fotos do arquivo pessoal de Mason. Perfeito para novos fรฃs conhecerem o lado escuro da banda e um prato cheio para fรฃs antigos incrementarem seu conhecimento.

“Um verdadeiro prazer – uma histรณria rica, engraรงada e fascinante do Pink Floyd. Nick รฉ um guia maravilhosamente sarcรกstico e lacรดnico.”
– Peter Gabriel

“Mason poderia muito bem ter trilhado uma carreira como escritor. Tem um estilo comedido e organizado que leva com objetividade e sagacidade… Ele escreve com a calma autoridade de alguรฉm que esteve de fato presente ร  รฉpoca… Uma das melhores histรณrias do panteรฃo do rock.”
– David Sinclair, The Guardian

“Gargalhei tantas vezes que minha esposa achou que eu estava com sรญndrome de Tourette. ร‰ tรฃo bem escrito, cheio de detalhes, autodepreciativo e engraรงado. Um livro original – um inteligente e esclarecido livro de memรณrias do rock and roll, repleto de sinceridade e sagacidade.”
– Alan Parker

“O fato de este homem conseguir lembrar qualquer coisa da orgia que chama de carreira รฉ um milagre – uma visรฃo incrรญvel de uma vida que a maioria de nรณs mataria para ter.”
– Ruby Wax

“Com um humor mais afiado que faca de aรงougueiro e um charme que nos faz baixar a guarda como se fosse uma forรงa de paz da ONU, Nick Mason nos dรก um solo de bateria literรกrio por excelรชncia.”
– Kathy Lette

“Nรฃo restam muitas histรณrias no rock tรฃo importantes quanto a do Pink Floyd. E duvido que alguรฉm possa contar essa histรณria tรฃo bem quanto o homem paciente e sagaz que viu tudo acontecer detrรกs da bateria.”
– Paul du Noyer, fundador da revista Mojo

“Um acrรฉscimo inteligente e espirituoso ao cรขnone de valiosas biografias do mundo do rock.”
– Ian Rankin, Herald

“Tรฃo encantadoramente inglรชs quanto tomar Pimm’s e ter insolaรงรฃo em um agradรกvel dia de verรฃo. Poucos fรฃs do Pink Floyd vรฃo querer perder isso.”
– Revista Q

“Desprendimento jovial, humor envolvente, sempre legรญvel.”
– Dominic Maxwell, Time Out

“Longe de ser um hino de louvor ao grandioso Pink Floyd. A histรณria que o baterista Nick Mason conta รฉ divertida e irrestritamente desrespeitosa ร  banda”
– Robert Sandall, Sunday Times

“Com muitas imagens inรฉditas do arquivo pessoal de Mason, o livro celebra o fato pouco notado de que o Pink Floyd era um grupo extremamente fotogรชnico.”
– Revista Word

“Seguindo a trajetรณria da banda desde os primรณrdios atรฉ as imagens e sons que lotaram estรกdios e hoje fazem parte do Pink Floyd, as mudanรงas no rock e sua tecnologia tornam este livro uma leitura estranhamente fascinante.”
– Sunday Express

Editora:Belas-Letras; 
Nick Mason ediรงรฃo (31 julho 2023) 
Idioma: Portuguรชs 
Capa dura: 528 pรกginas
Disponรญvel: AMAZON

Trecho. © Reimpressรฃo autorizada. Todos os direitos reservados
Dias de Poli Roger Waters sรณ se dignou a falar comigo depois de praticamente seis meses estudando juntos na faculdade. Uma tarde, enquanto tentava ignorar o burburinho de outros quarenta estudantes de arquitetura para que pudesse me concentrar no desenho tรฉcnico ร  minha frente, a sombra longa e distinta de Roger projetou-se sobre minha prancheta de desenho. Embora tivesse ignorado minha existรชncia persistentemente atรฉ aquele momento, Roger havia finalmente reconhecido em mim um espirito musical como o dele, preso no corpo de um arquiteto em desenvolvimento. 
Os caminhos malfadados de Virgem e Aquรกrio haviam ditado nosso destino e estavam forรงando Roger a procurar uma forma de unir nossas mentes em uma grande aventura criativa. Nรฃo, nรฃo, nรฃo. Estou tentando inventar o mรญnimo possรญvel. Roger sรณ se aproximou de mim porque queria meu carro emprestado. O veรญculo em questรฃo era um Austin Seven “Chummy” 1930, que eu tinha comprado por vinte libras. A maioria dos outros adolescentes da รฉpoca provavelmente teria escolhido algo mais prรกtico, como um Morris 1000 Traveller, mas meu pai havia incutido em mim um amor por carros antigos, e fornecido esse carro em particular. Com a ajuda dele, aprendi a manter o “Chummy” funcional. Apesar disso, Roger devia estar desesperado para pedi-lo emprestado. O Austin era tรฃo lento que uma vez tive que dar carona a uma pessoa por puro constrangimento, porque estava indo tรฃo devagar que o sujeito achou que eu estava efetivamente parando para lhe oferecer uma carona. Eu disse a Roger que o carro nรฃo podia circular, o que nรฃo era totalmente verdade. 

Parte de mim estava relutante em emprestรก-lo para qualquer pessoa, mas acho que tambรฉm achei Roger um tanto quanto ameaรงador. Quando ele me viu dirigindo o Austin pouco tempo depois, teve a primeira prova de minha inclinaรงรฃo a ocupar aquela terra de ninguรฉm entre a falsidade e a diplomacia. Em uma ocasiรฃo anterior, Roger havia interpelado Rick Wright, tambรฉm aluno de nossa turma, e lhe pedido um cigarro, recebendo um nรฃo bem direto. Foi um sinal prematuro da lendรกria generosidade de Rick. Esses primeiros contatos sociais triviais – durante a primavera de 1963 – continham as sementes dos relacionamentos que apreciarรญamos e suportarรญamos ao longo dos anos seguintes. O Pink Floyd surgiu de dois grupos de amigos concomitantes: um ficava baseado em Cambridge, de onde vieram Roger, Syd Barrett, David Gilmour e outras pessoas que viriam a ter relaรงรตes futuras com o Pink Floyd. O outro – Roger, Rick e eu – juntou-se no primeiro ano de um curso de arquitetura da Escola Politรฉcnica de Regent Street, em Londres, que รฉ onde comeรงam minhas lembranรงas de nossa histรณria em comum. 

Na verdade, eu jรก tinha me aposentado como baterista quando cheguei ร  Poli (desde entรฃo renomeada Universidade de Westminster). A faculdade ficava na Little Titchfield Street, perto da Oxford Street, no centro do West End. A Poli, em retrospectiva, parece pertencer a uma era passada, com painรฉis de madeira antiquados que lembram uma enorme escola pรบblica utilitarista. Atรฉ onde me recordo, nรฃo havia qualquer equipamento no local alรฉm de utensรญlios para fazer chรก, mas a Poli – no coraรงรฃo da regiรฃo da indรบstria de vestuรกrio, perto da Great Titchfield Street e da Great Portland Street – era cercada de cafeterias que ofereciam ovos, linguiรงa e batatas fritas atรฉ meio-dia, quando bife, torta de rim e rocambole recheado com geleia eram o menu du jour. 

A escola de arquitetura ficava em um prรฉdio que abrigava uma sรฉrie de outros cursos relacionados e havia se tornado uma instituiรงรฃo respeitada. Ainda havia uma abordagem um tanto quanto conservadora em relaรงรฃo ao ensino: em Histรณria da Arquitetura, o professor entrava e desenhava no quadro uma representaรงรฃo imaculada da planta baixa do Templo de Khonsu, em Karnak, e esperava que copiรกssemos, assim como vinham fazendo hรก trinta anos. No entanto, a escola havia introduzido recentemente a ideia de professores peripatรฉticos e recebeu alguns arquitetos visitantes que estavam na linha de frente de novas ideias, incluindo Eldred Evans, Norman Foster e Richard Rodgers. A faculdade claramente tinha um bom olho para a forma. 

Eu havia esbarrado no estudo da arquitetura sem grandes ambiรงรตes. Certamente tinha interesse no assunto, mas nรฃo estava particularmente comprometido com ele como carreira. Acho devia pensar que ser arquiteto poderia ser uma forma de ganhar a vida tรฃo boa quanto qualquer outra. Mas tambรฉm nรฃo passava meu tempo na faculdade sonhando em me tornar mรบsico. 

Quaisquer aspiraรงรตes adolescentes nesse รขmbito tinham sido ofuscadas pela chegada de minha carteira de motorista. Apesar de minha falta de ambiรงรฃo fervorosa, o curso oferecia uma variedade de disciplinas – incluindo belas-artes, artes grรกficas e tecnologia – que acabou servindo como uma educaรงรฃo completa, e que provavelmente explica por que Roger, Rick e eu, em maior ou menor grau, compartilhรกvamos de um entusiasmo diante das possibilidades oferecidas pela tecnologia e pelos efeitos visuais. Em anos posteriores, nรณs nos envolverรญamos amplamente em tudo, desde a construรงรฃo de torres de iluminaรงรฃo atรฉ a arte da capa dos discos e design de estรบdio e de palco. Nosso conhecimento em arquitetura nos permitiu o luxo de fazer comentรกrios relativamente informados sempre que contratรกvamos especialistas. ร€queles interessados em conexรตes tรชnues, meu interesse na mistura entre tรฉcnico e visual provavelmente veio de meu pai, Bill, diretor de documentรกrios. 

Quando eu tinha dois anos, ele aceitou um emprego na divisรฃo de filmes da Shell e nos mudamos do subรบrbio de Edgbaston, em Birmingham, onde eu nasci, para o norte de Londres, onde passei meus anos de formaรงรฃo. Embora meu pai nรฃo fosse particularmente musical, sem dรบvida era interessado em mรบsica, em especial quando diretamente relacionada a um de seus filmes. Nesses casos, podia ficar bem entusiasmado por mรบsica, desde grupos de percussรฃo jamaicanos atรฉ seรงรตes de cordas, jazz ou as loucas divagaรงรตes elรฉtricas de Ron Geesin. Ele tambรฉm era fascinado por equipamentos de gravaรงรฃo, discos de teste estรฉreo, efeitos sonoros e carros de corrida, em vรกrias combinaรงรตes, e todos esses interesses foram herdados por mim. No entanto, havia um indรญcio de heranรงa musical na famรญlia: meu avรด materno, Walter Kershaw, tocou em um grupo de banjo com seus quatro irmรฃos e teve uma composiรงรฃo publicada, chamada “The Grand State March”. Minha mรฃe, Sally, era uma pianista talentosa, cujo repertรณrio incluรญa o hoje extremamente politicamente incorreto “Golliwog's Cakewalk”, de Debussy. 

A seleรงรฃo de discos de 78 rpm em casa era ainda mais eclรฉtica, incluindo obras clรกssicas, canรงรตes de trabalhadores comunistas interpretadas pelo Coro do Exรฉrcito Vermelho, “The Teddy Bears’ Picnic” e “The Laughing Policeman”. Sem dรบvida, traรงos dessas influรชncias podem ser encontradas em nossa mรบsica – deixo a investigaรงรฃo para outras pessoas com mais energia. Fiz algumas aulas de piano, assim como de violino, mas elas nรฃo foram capazes de revelar um prodรญgio musical e ambos instrumentos foram abandonados. Tambรฉm devo confessar uma atraรงรฃo misteriosa por Fess Parker cantando “The Ballad Of Davy Crockett”; single lanรงado no Reino Unido em 1956. Mesmo naquela รฉpoca a relaรงรฃo profana entre mรบsica e mercadoria claramente jรก existia, e eu logo estava ostentando um chapรฉu de pele de guaxinim sintรฉtica realรงado por sua cauda extravagante. 

Eu devia ter por volta de doze anos quando o rock invadiu minha consciรชncia pela primeira vez. Lembro-me de me esforรงar para permanecer acordado pelas exortaรงรตes de Horace Batchelor a seu sistema de apostas improvรกveis na Radio Luxembourg, na esperanรงa de ouvir “Rocking To Dreamland”. Ajudei “See You Later Alligator”, de Bill Haley, a chegar ร  lista das Dez Mais do Reino Unido em marรงo de 1956 comprando o disco em 78 rpm na loja de materiais elรฉtricos da vizinhanรงa e, mais tarde naquele mesmo ano, mergulhei em “Don’t Be Cruel” de Elvis Presley: ambos foram tocados no novo gramofone de รบltima geraรงรฃo da famรญlia, que era elรฉtrico e se conectava a um aparelho que parecia um cruzamento dos gabinetes feitos na รฉpoca de Luรญs XIV e um painel de Rolls-Royce. Aos treze anos, obtive meu primeiro LP: Rock‘n’Roll, de Elvis Presley. Esse disco inspirador foi o primeiro LP de pelo menos dois outros membros do Pink Floyd e de quase toda nossa geraรงรฃo de mรบsicos de rock. Nรฃo se tratava apenas de uma mรบsica nova e fantรกstica, mas, para um adolescente rebelde, tambรฉm tinha o frisson adicional de causar nos pais a mesma reaรงรฃo normalmente reservada a uma aranha de estimaรงรฃo. 

Foi mais ou menos nessa รฉpoca que eu saรญ com minha mochila, calรงas de flanela curtas e jaqueta de colegial – esta รบltima rosa, com acabamento preto e um broche da cruz de malta – para ver uma apresentaรงรฃo de Toomy Steele em um programa de variedades no leste de Londres. Fui sozinho. Aparentemente, nenhum dos meus amigos da escola estava tรฃo entusiasmado. Tommy era a atraรงรฃo principal e o restante era terrรญvel. Comediantes, malabaristas e outros refugiados das music halls inglesas esforรงavam-se par esvaziar o salรฃo antes de Tommy entrar, mas eu persisti. E, devo dizer, ele foi fantรกstico. Cantou “Singing the Blues” e “Rock with the Caveman” e parecia exatamente igual a como estava no Six-Five Special, programa popular da televisรฃo do Reino Unido. Nรฃo era Elvis, mas certamente era uma boa alternativa Passados alguns anos, eu tinha me aproximado de um grupo de amigos do bairro que tambรฉm havia descoberto o rock and roll, e pareceu uma excelente ideia formar uma banda. 

O fato de nenhum de nรณs saber tocar era apenas um pequeno detalhe, jรก que nรฃo tรญnhamos nenhum instrumento. Consequentemente, decidir quem tocaria o quรช foi uma espรฉcie de loteria. Minha รบnica ligaรงรฃo com a bateria era ter ganhado um par de vassourinhas de percussรฃo de Wayne Minnow, um amigo jornalista de meus pais. Depois do fracasso de minhas aulas de piano e violino, esta pareceu uma razรฃo perfeitamente legรญtima para eu me tornar baterista. Minha primeira bateria, adquirida na Chas. E. Foote da Denman Street, no Soho, incluรญa um bumbo Gigster, uma caixa de idade e linhagem indeterminadas, chimbal, pratos e um livro de instruรงรตes sobre os mistรฉrios dos flam paradiddles e ratamacues (que ainda estou tentando desvendar). 

Equipado com este arsenal destruidor, juntei-me aos meus amigos e formamos a Hotrods. O grupo tinha Tim Mack na guitarra solo, William Gammell na guitarra base e Michael Kriesky no baixo. Tambรฉm contรกvamos com um saxofonista, John Gregory, embora seu saxofone, que precedia a padronizaรงรฃo da afinaรงรฃo pelo Lรก 440 Hz, estivesse meio tom acima de um modelo novo e, consequentemente, ficasse impossibilitado de tocar em conjunto. Michael, com a ajuda de todos nรณs, havia construรญdo seu baixo do zero. Francamente, os saxรตes teriam tido mais sucesso construindo uma sonda espacial, mas conseguimos chegar ร  vaga aparรชncia externa de um instrumento. 

Embora tivรฉssemos acesso a alguns amplificadores, eram tรฃo constrangedores que, quando posamos para uma foto do grupo, sentimos a obrigaรงรฃo de simular uma caixa de som usando papelรฃo e uma caneta esferogrรกfica. Graรงas ao trabalho do meu pai no cinema, pudemos usar um gravador estรฉreo Grundig novinho. Em vez de perder tempo ensaiando, iniciamos de imediato nossa primeira sessรฃo de gravaรงรฃo. A tรฉcnica de estรบdio envolvia o posicionamento de dois microfones em algum ponto entre a bateria e o amplificador, usando o mรฉtodo de tentativa e erro. Lamentavelmente, essas fitas ainda existem. 

Os Hotrods nunca foram muito alรฉm das inรบmeras versรตes do tema do programa de TV Peter Gunn, e minha carreira na mรบsica parecia destinada ao fracasso. Mas agora eu estudava no Frensham Heights, colรฉgio misto independente em Surrey. Lรก, havia garotas (foi onde conheci Lindy, minha primeira esposa), um clube de jazz, e era permitido usar calรงas compridas depois do terceiro ano. Sim, era a vida sofisticada que eu procurava. Comparando ร  escola anterior, eu gostei muito do tempo que passei no Frensham – o colรฉgio ficava em uma grande casa de campo em um terreno amplo, perto de Hindhead, em Surrey. 

Embora fosse bastante tradicional – em termos de uniforme e exames – o colรฉgio abordava a educaรงรฃo de forma muito mais liberal, e tenho boas lembranรงas dos professores de artes e inglรชs de lรก. Tambรฉm comecei a aprender tรฉcnicas de negociaรงรฃo. Como a escola ficava perto dos lagos de Frensham, eu consegui adquirir uma canoa e, em troca de emprestรก-la ao professor de educaรงรฃo fรญsica, fui liberado dos jogos de crรญquete. Como prova disso, entre as peรงas obrigatรณrias do uniforme havia um caro suรฉter de crรญquete; o meu nunca saiu do pacote original de celofane. A escola usava o salรฃo de bailes da casa de campo para reuniรตes e outros eventos, mas regularmente ele era usado para seu propรณsito original, quando danรงรกvamos valsas, foxtrotes e veletas. No entanto, durante o tempo que passei em Frensham, as danรงas do salรฃo de baile se transformaram em algo mais agitado, embora sem dรบvida precisรกssemos de uma autorizaรงรฃo especial para tocar os รบltimos sucessos – uma tentativa da escola de limitar a invasรฃo da mรบsica pop. Mas tรญnhamos um clube de jazz. 

Nรฃo era algo criado pelos professores, mas uma reuniรฃo informal de alunos: Peter Adler, filho do grande gaitista Larry Adler, estudava naquela escola. Lembro-me dele tocando piano, e talvez tenhamos tentado tocar jazz juntos em algum momento. Era difรญcil atรฉ mesmo ouvir nossos discos de jazz, pois a escola sรณ tinha um toca-discos, e sรณ fomos ter nossos prรณprios aparelhos quando eu jรก estava saindo de lรก. O clube provavelmente estava mais para uma oportunidade de me livrar de fazer algo mais difรญcil e menos agradรกvel, mas pelo menos representou um interesse embrionรกrio pelo jazz. 

Posteriormente, eu passaria um tempo em Londres indo a lugares com o 100 Club para ouvir os lรญderes do movimento trad jazz na Inglaterra, mรบsicos como Cy Laurie e Ken Colyer. No entanto, nunca gostei da parafernรกlia de grande parte do trad jazz – os chapรฉus-coco e os coletes – e parti para o bebop. Ainda sou grande entusiasta do jazz moderno, mas, na adolescรชncia, as tรฉcnicas avanรงadas de execuรงรฃo exigidas eram uma barreira insuperรกvel. Voltei a aperfeiรงoar a bateria do tema de Peter Gunn. Depois de sair da Frensham Heights e passar um ano em Londres aprimorando meus estudos, cheguei ร  Escola Politรฉcnica de Regent Street em setembro de 1962. 

Estudei um pouco, produzi vรกrios trabalhos para meu portfรณlio e assisti a muitas aulas. Todavia, dediquei-me muito ร  tentativa de cultivar um visual adequado, com uma predileรงรฃo por jaquetas de veludo cotelรช e casacos de lรฃ. Tambรฉm tentei fumar um cachimbo. Foi em algum momento durante meu segundo semestre na faculdade que me envolvi com o que a geraรงรฃo mais velha costumava chamar de “mรก influรชncia”, ou seja, Roger.


Sobre o Autor: 
Nick Mason รฉ baterista e compositor inglรชs, mais conhecido por ter sido baterista da banda britรขnica de rock Pink Floyd. Ele foi o รบnico membro da formaรงรฃo original a permanecer atรฉ o final do grupo e a participar de todos os discos. Apesar de escrever poucas mรบsicas para os Pink Floyd, ele contribui com algumas das mais famosas mรบsicas da banda, como "Interstellar Overdrive", "A Saucerful Of Secrets" e "Echoes".

12 de maio de 2024

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Escrito por Holly George-Warren, uma das mais respeitadas cronistas da histรณria da mรบsica norte-americana, e baseado em um acesso sem precedentes a familiares da cantora, amigos, colegas de banda, arquivos, diรกrios, cartas e entrevistas hรก muito perdidas, Janis Joplin – Sua Vida, Sua Mรบsica รฉ um retrato completo, complexo e gratificante de uma das artistas mais notรกveis de todos os tempos, que enfim recebe seu merecido reconhecimento e importรขncia como uma das cantoras mais influentes da histรณria do rock. Por meio de um estilo radiante e intimista, esta biografia consolida a “Rainha do Rock & Roll” como pioneira musical, alguรฉm que, de fato, rompeu regras; uma mulher rebelde, de personalidade inteligente e complexa, que desafiou todas as convenรงรตes de gรชnero em sua รฉpoca, abrindo caminho para as mulheres poderem extravasar suas dores e revolta no cenรกrio artรญstico.

Quarta Capa
ESCRITO POR HOLLY GEORGE-WARREN, uma das mais respeitadas cronistas da histรณria da mรบsica norte-americana, e baseado em um acesso sem precedentes a familiares da cantora, amigos, colegas de banda, arquivos, diรกrios, cartas e entrevistas hรก muito perdidas, Janis Joplin – Sua Vida, Sua Mรบsica รฉ um retrato completo, complexo e gratificante de uma das artistas mais notรกveis de todos os tempos, que enfim recebe seu merecido reconhecimento e importรขncia como uma das cantoras mais influentes da histรณria do rock. Por meio de um estilo radiante e intimista, esta biografia consolida a “Rainha do Rock & Roll” como pioneira musical, alguรฉm que, de fato, rompeu regras; uma mulher rebelde, de personalidade inteligente e complexa, que desafiou todas as convenรงรตes de gรชnero em sua รฉpoca, abrindo caminho para as mulheres poderem extravasar suas dores e revolta no cenรกrio artรญstico sem serem tรฃo oprimidas pelo universo machista existente no meio musical.
Na dรฉcada de 1960, a feminista Ellen Willis, que escrevia crรญtica musical para a revista The New Yorker, referiu-se a Janis com estas palavras: “Dentre os herรณis da cultura dos anos 1960, ela รฉ a รบnica a tornar visรญvel e pรบblica a experiรชncia das mulheres em sua busca pela liberdade individual.” Patti Smith, Debbie Harry (Blondie), Cyndi Lauper, Chrissie Hynde (The Pretenders), Kate Pierson (The B-52’s) e Ann e Nancy Wilson (da banda Heart) sรฃo algumas das artistas que vivenciaram o fenรดmeno Janis Joplin em primeira mรฃo. Ela foi exaltada em exposiรงรตes de museus, sendo tema de produรงรตes teatrais e filmes. Seu primeiro รกlbum solo, o eclรฉtico e transgressor I Got Dem Ol’ Kozmic Blues Again Mama!, soa tรฃo atual hoje quanto na รฉpoca em que foi lanรงado, em 1969. Sua apresentaรงรฃo no Festival Pop de Monterey, documentada pelo cineasta D. A. Pennebaker, ainda provoca aplausos entusiรกsticos das plateias da nova geraรงรฃo ao ser exibida, e conta com milhรตes de visualizaรงรตes no YouTube, assim como sua incendiรกria apresentaรงรฃo no lendรกrio Festival de Woodstock, em 1969.
Editora: ‎ Seoman; 
1ยช ediรงรฃo (11 setembro 2020) 
Idioma: ‎ Portuguรชs 
Capa comum: ‎ 432 pรกginas
Disponรญvel: AMAZON

28 de abril de 2024

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Esta biografia, escrita pelo autor best-seller e reconhecido jornalista musical Charles R. Cross, traz relatos inรฉditos sobre a vida e obra do maior guitarrista de todos os tempos. 
Muito jรก foi escrito sobre ele, contudo, Hendrix รฉ muito mais conhecido pelo seu mito do que por sua verdadeira biografia, por sua infรขncia e pelos bastidores da sua curta e incendiรกria carreira como mรบsico, o que รฉ corrigido neste livro de forma impecรกvel. Baseado em mais de 300 entrevistas, documentos nunca antes revelados e diversas pesquisas, este livro apresenta um profundo e fascinante retrato do gรชnio da mรบsica que conseguiu sair da pobreza para o sucesso, colocar fogo no mundo do rock e inadvertidamente pรดr fim em seu prรณprio talento. 
A obra inclui tambรฉm muitas informaรงรตes sobre a verdadeira histรณria de sua saรญda do serviรงo militar, um relato alucinante de Woodstock e os detalhes de seus muitos amores.
Editora: ‎ Seoman 
1ยช ediรงรฃo (3 novembro 2022) 
Idioma: ‎Portuguรชs 
Capa comum: ‎464 pรกginas


Composta por Jimi Hendrix em 1968, conta a histรณria de um homem aprisionado em um mundo de reflexos de si mesmo, tรฃo poderoso que o persegue atรฉ nos sonhos. Ele se solta ao estilhaรงar os espelhos e, ferido pelos cacos de vidro, busca um “anjo” que possa libertรก-lo.

O LIVRO

Fazem mais de 35 anos desde Jimi Hendrix morreu, mas sua mรบsica e espรญrito ainda estรฃo vivos para seus fรฃs em todo lugar. O livro reconta a vida de Hendrix, desde sua infรขncia e adolescรชncia difรญceis atรฉ sua ascensรฃo como celebridade em Londres nos anos 60. Uma histรณria chocante que tambรฉm revela um homem que lutou para aceitar seu papel como รญdolo e que secretamente ansiava pelo tipo de vida familiar normal que nunca teve.

Informaรงรตes Inรฉditas

Baseando-se em documentos nunca antes revelados, cartas privadas e mais de trezentas entrevistas, Jimi Hendrix – Uma Sala Cheia de Espelhos desvenda o enorme mistรฉrio de uma das lendas mais perenes do rock – um homem que, em seus breves 27 anos de vida, conseguiu sair da pobreza para o sucesso, colocar fogo no mundo do rock e inadvertidamente extinguir seu prรณprio talento flamejante. Alรฉm disso tudo, o autor nos mostra um retrato muito mais รญntimo, detalhado e humano da figura de Hendrix. Fruto de uma pesquisa altamente perspicaz, o livro inclui muitas informaรงรตes de um ponto de vista atรฉ entรฃo inรฉdito, como a verdade sobre a saรญda dele do serviรงo militar, um relato alucinante de Woodstock, e os detalhes de seus muitos, muitos amores, e outras curiosidades sobre sua vida privada, numa grande reportagem investigativa que homenageia esse grande รญcone da mรบsica do sรฉculo XX.
Sobre o Autor:
CHARLES R. CROSS, รฉ autor do best-seller do New York Times, Mais Pesado Que o Cรฉu: Uma Biografia de Kurt Cobain, e das biografias Led Zeppelin: Heaven and Hell; Backstreets: Springsteen, the Man and his Music e Here We Are Now: The Lasting Impact of Kurt Cobain. Foi editor da The Rocket, revista sobre mรบsica e entretenimento do Noroeste dos Estados Unidos, de 1986 a 2000, a primeira publicaรงรฃo da histรณria a dar uma capa para o Nirvana.