20 de dezembro de 2022

Séries para assistir sem medo...

Wandinha
A série Netflix de Tim Burton, inspirada no universo de A Família Addams. Criada por Alfred Gough, Miles Millar e Burton, Wandinha tem como estrela Jenna Ortega que vive a personagem título. Ela atua ao lado de Catherine Zeta-Jones como Morticia Addams, Luis Guzmán como Gomez Addams, Fred Armisen como Tio Chicago, Isaac Ordonez como Pugsley Addams e Gwendoline Christie como Larissa Weems. Misturando gêneros de fantasia, horror, mistério e comédia, Wandinha é primeiramente uma história de amadurecimento. A temporada de oito episódios segue a protagonista como uma estudante no internato chamado Escola Nunca Mais, uma escola particular para párias que seus próprios pais frequentaram. De lobisomens a vampiros e sereias, a escola abriga muitos personagens assustadores. Bem como mistérios com risco de morte que Wandinha tenta resolver.
The Umbrella Academy

Os irmãos não compartilham um pai ou uma mãe, mas compartilham um conjunto de habilidades poderosas que os diferenciam do resto do mundo. Baseado nas histórias em quadrinhos de autoria de Gerard Way, The Umbrella Academy reúne um grupo de adultos traumatizados para lidar com os efeitos de sua infância distinta, conseguindo lidar com seus temas fundamentais de identidade e conexões familiares com profundidade e graça.
Desventuras em Série
Quem procura séries para quem gostou de Wandinha pode se interessar em Desventuras em Série, adaptação dos livros de Lemony Snicket. A trama é bem peculiar e se passa em um mundo um pouco diferente do nosso. Três irmãos, Violet, Klaus e Sunny Baudelaire acabam em uma história trágica e se tornam órfãos. Eles ficam sob os cuidados do terrível Conde Olaf, que só se interessa em colocar as mãos na herança do trio. Enquanto investigam a morte misteriosa dos pais, as crianças precisam despistar o conde Olaf e resolver tudo sozinhas, já que os adultos não acreditam em suas palavras.
O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro
O Gabinete de Curiosidades de Guillermo del Toro é uma das produções mais diferentes da lista por se tratar de uma antologia, ou seja, por contar uma história diferente a cada episódio. Assim, a cada novo capítulo o público conhece uma história horripilante e personagens diferentes.
A primeira história apresentada na série é sobre um homem amargo e intolerante que acaba comprando uma unidade de armazenamento em um leilão que é muito mais do que aparentava ser.
O Mundo Sombrio de Sabrina 
A heroína homônima de O Mundo Sombrio de Sabrina é uma encrenqueira dedicada que é infinitamente curiosa e não pensa duas vezes para defender seus amigos. A adolescente mora em Greendale com suas duas tias. Depois de lidar com valentões mágicos e humanos e começar sua educação mitológica, Sabrina passa a combater zumbis, a rainha do inferno e demônios. A série inclui uma quantidade significativa de mitologia antiquada e aspectos religiosos irreverentes, juntamente com questões contemporâneas, incluindo identidade de gênero, feminismo e saúde mental. 
His Dark Materials 
Lyra, uma órfã adolescente que mora com os alunos do Jordan College em Oxford, é o foco do programa His Dark Materials. Enquanto procura por um amigo desaparecido, Lyra se depara com uma série de abduções e uma conexão com uma substância misteriosa chamada Dust. Ela embarca em uma viagem incrível depois de aprender essa informação, que eventualmente a leva para outros planetas. A série é uma adaptação de uma trilogia de livros de Philip Pullman com o mesmo nome. Dafne Keen, Ruth Wilson, James McAvoy, Amir Wilson e Lin-Manuel Miranda estão todos presentes no programa. 
Locke & Key
Um grupo de três irmãos explora uma casa depois que seu pai morre para aprender sobre a magia interior. Eles descobrem portas e chaves que se abrem para diferentes reinos. O vínculo entre irmãos enquanto eles navegam pelo luto e os mistérios das chaves são explorados na série de terror de fantasia Locke & KeyAs histórias em quadrinhos de Joe Hill e Gabriel Rodriguez servem de inspiração para o programa de televisão, criado por Carlton Cuse, Meredith Averill e Aron Eli Coleite.
Sandman
Por mais de um século, o ser cósmico conhecido como Sandman, ou Sonho, que controla todos os sonhos, é sequestrado. Ele precisa passar por vários planetas e períodos de tempo para apagar os danos que sua ausência causou.
A série Sandman, baseada em quadrinhos escritos pelo mestre de histórias cósmicas Neil Gaiman, faz uso extensivo de motivos metafóricos e oferece um ambiente fantástico. Boyd Holbrook, Vivienne Acheampong e Patton Oswalt compõem o elenco como atores coadjuvantes do personagem. Tom Sturridge interpreta o papel-título do programa.

21 de novembro de 2022

Árvore de Natal

Civilizações antigas que habitaram os continentes europeu e asiático, no terceiro milênio antes de Cristo, já consideravam as árvores como um símbolo divino. Eles cultivavam-nas e realizavam festivais em seu favor. Essas crenças ligavam as árvores a entidades mitológicas e sua projeção vertical, desde as raízes fincadas no solo, marcava a simbólica aliança entre os céus e a mãe terra.
Nas vésperas do solstício de inverno, os povos pagãos da região dos países bálticos cortavam pinheiros, levavam para seus lares e os enfeitavam de forma muito semelhante à que se faz nos atuais dias. Essa tradição passou aos povos Germânicos, que colocavam presentes para as crianças sob o carvalho sagrado de Odin.
Uma das versões para a origem da tradição diz que no início do século VIII, o monge beneditino São Bonifácio tentou acabar com essa crença pagã que havia na Turíngia, para onde fora como missionário. Com um machado cortou um pinheiro sagrado, que os locais adoravam no alto de um monte, e como teve insucesso na erradicação da crença, decidiu associar o formato triangular do pinheiro à Santíssima Trindade e suas folhas resistentes e perenes à eternidade de Jesus. Nascia aí a Árvore de Natal.
O primeiro uso registrado de uma árvore para celebrar o Natal e o Ano Novo ocorreu em Riga, na Letónia, em 1510. Acredita-se também que esta tradição começou em 1530, na Alemanha, com Martinho Lutero. Certa noite, enquanto caminhava pela floresta, Lutero ficou impressionado com a beleza dos pinheiros cobertos de neve. As estrelas do céu ajudaram a compor a imagem que Lutero reproduziu com galhos de árvore em sua casa. Além das estrelas, algodão e outros enfeites, como velas acesas para mostrar aos seus familiares a bela cena que havia presenciado na floresta.

Há outras versões, porém, segundo as quais a moderna árvore de Natal teria realmente surgido na Alemanha entre os séculos XVI e XVIII. Não se sabe exatamente em qual cidade ela tenha surgido. Durante o século XIX a prática foi levada para outros países europeus e para os Estados Unidos. Apenas no século XX essa tradição chegou à América Latina. Atualmente essa tradição é comum tanto para pagãos, quanto para católicos, protestantes e ortodoxos.

Fonte: Wikipedia

16 de novembro de 2022

HALLOWEEN

O Halloween tem suas raízes não na cultura americana, mas no Reino Unido. Seu nome deriva de “All Hallows’ Eve”. “Hallow” é um termo antigo para “santo”, e “eve” é o mesmo que “véspera”. O termo designava, até o século 16, a noite anterior ao Dia de Todos os Santos, celebrado em 1º de novembro. 
Como a festa surgiu?
DESDE O SÉCULO 18, HISTORIADORES APONTAM PARA UM ANTIGO FESTIVAL PAGÃO AO FALAR DA ORIGEM DO HALLOWEEN: O FESTIVAL CELTA DE SAMHAIN (TERMO QUE SIGNIFICA “FIM DO VERÃO”). O Samhain durava três dias e começava em 31 de outubro. Segundo acadêmicos, era uma homenagem ao “Rei dos mortos”. Estudos recentes destacam que o Samhain tinha entre suas maiores marcas as fogueiras e celebrava a abundância de comida após a época de colheita.
Quando surgiu o Dia das Bruxas?
O Dia das Bruxas que conhecemos hoje tomou forma entre 1500 e 1800.
Fogueiras tornaram-se especialmente populares a partir no Halloween. Elas eram usadas na queima do joio (que celebrava o fim da colheita no Samhain), como símbolo do rumo a ser seguido pelas almas cristãs no purgatório ou para repelir bruxaria e a peste negra.
Outro costume de Halloween era o de prever o futuro – previa-se a data da morte de uma pessoa ou o nome do futuro marido ou mulher.
Comer era um componente importante do Halloween, assim como de muitos outros festivais. Um dos hábitos mais característicos envolvia crianças, que iam de casa em casa cantando rimas ou dizendo orações para as almas dos mortos. Em troca, eles recebiam bolos de boa sorte que representavam o espírito de uma pessoa que havia sido liberada do purgatório.Igrejas de paróquias costumavam tocar seus sinos, às vezes por toda a noite. A prática era tão incômoda que o rei Henrique 3º e a rainha Elizabeth tentaram bani-la, mas não conseguiram. Este ritual prosseguiu, apesar das multas regularmente aplicadas a quem fizesse isso.
Como o festival chegou à América?
Em 1845, durante o período conhecido na Irlanda como a “Grande Fome”, 1 milhão de pessoas foram forçadas a imigrar para os Estados Unidos, levando junto sua história e tradições.
Não é coincidência que as primeiras referências ao Halloween apareceram na América pouco depois disso. Em 1870, por exemplo, uma revista feminina americana publicou uma reportagem em que o descrevia como feriado “inglês”.
Foi na América que a abóbora passou a ser sinônimo de Halloween. No Reino Unido, o legume mais “entalhado” ou esculpido era o turnip, um tipo de nabo.
Foi nos Estados Unidos que surgiu a tradição moderna de “doces ou travessuras”. Há indícios disso em brincadeiras medievais que usavam repolhos, mas pregar peças tornou-se um hábito nesta época do ano entre os americanos a partir dos anos 1920.
O Halloween Moderno:
Hoje, o Halloween é o maior feriado não cristão dos Estados Unidos. Em 2010, superou tanto o Dia dos Namorados e a Páscoa como a data em que mais se vende chocolates. 
Atualmente, o festival tem diferentes finalidades: celebra os mortos ou a época de colheita e marca o fim do verão e o início do outono no hemisfério norte. Ao mesmo tempo, vem ganhando novas formas e dado a oportunidade para que adultos brinquem com seus medos e fantasias de uma forma socialmente aceitável.

17 de setembro de 2022

Aniversário Agatha Christie

Agatha Christie (1890-1976) foi uma escritora inglesa que criou "Hercule Poirot", um detetive belga que aparece em 33 de suas obras e tornou-se um dos mais célebres da ficção policial. Agatha foi a maior escritora policial de todos os tempos. Escreveu 93 livros e 17 peças teatrais.

Agatha Mary Clarissa Miller, conhecida como Agatha Christie, nasceu em Torquay, condado de Devonshiri, Inglaterra, no dia 15 de setembro de 1890.

Em 1912 conhece o coronel e piloto do Corpo Real de Aviadores. Em 1914, casa-se com o piloto inglês, de quem adota o sobrenome.

Quando começou a Primeira Guerra Mundial, Agatha alistou-se, como voluntária, no Exército da Cruz Vermelha.

Em 1917, atuando como enfermeira na Inglaterra, aceita um desafio da irmã, Madge, de escrever uma história policial em que o leitor não pudesse descobrir a identidade do assassino antes do final da trama.

Agatha escreveu seu primeiro livro, “O Misterioso Caso de Styles”. A trama se passa numa severa mansão inglesa – Styles – cuja proprietária é encontrada morta em seu leito, vítima de envenenamento.
Em 1930, já divorciada e romancista de sucesso, casa-se com o arqueólogo Max Mallowan e com ele viaja pelo Oriente, onde se inspira para escrever vários livros entre eles "Assassinato no Expresso do Oriente" (1934), "Morte na Mesopotâmia" (1936), "Morte no Nilo" (1937) e "Aventura em Bagdá" (1951).

O Assassinato no Expresso do Oriente foi um dos seus livros mais famosos, foi adaptado para o cinema teatro e televisão, com destaque para a versão de 1974, que deu a Ingrid Bergman o Oscar de melhor atriz coadjuvante.

Seu personagem, o detetive Hercule Poirot, aparece em 33 livros. Outro personagem conhecido é a curiosa Miss Jane Marple, uma simpática velhinha, profunda conhecedora da natureza humana.

Agatha Christie faleceu em Wallingford, Inglaterra, de pneumonia, no dia 12 de janeiro de 1976.
#agathachristie #literatura #livros #veneno #rainhadocrime #aniversario
Coleções de livros de Agatha Christie 
de diversas editoras através das décadas:
c Harper Collins
Coleção Editora Harper Collins
Coleção Editora L&PM

Coleção Editora Nova Fronteira


Coleção Editora Atalaia

28 de agosto de 2022

Edgar Allan Poe no Cinema

Adaptações e inspirações no cinema sobre as histórias de Edgar Allan Poe...
Um dos nomes mais prestigiados da literatura de horror, Edgar Allan Poe é um mestre que merece ser reverenciado, devido ao prestígio que sua obra tem atualmente. Com contos espetaculares e uma carreira poética que não deve em nada à sua prosa, ele foi um dos responsáveis por fincar o Horror Gótico em nossas mentes.
Seja com fantasmas, assassinatos perfeitos e corvos espectrais, o autor merece ser celebrado, e para você que quer conhecê-lo um pouco mais antes de ler suas histórias, aqui vão algumas recomendações de filmes para mergulhar de vez na mente assustadora de um mestre fantasmagórico!
O Horror Gótico, ou a Literatura Gótica, de forma geral, é um subgênero literário que abarca alguns temas recorrentes, especialmente a Morte. Nos filmes, podemos ver (geralmente) uma ambientação de época e um romance atrelado às causas macabras. Para muitos, o gênero é uma "expansão" da Literatura Romântica. Para esta lista, estamos pegando filmes que se aproximam um pouco mais da temática do que era escrito por Edgar Allan Poe. O Horror Gótico é muito vasto, mas em vez de focarmos em vampiros e demônios, estamos dando mais espaço para assombrações, fantasmas e assassinatos. Vale notar que os seis primeiros filmes da lista são adaptações diretas dos contos de Poe.

A Orgia da Morte (The Masque of the Red Death, 1964) 
Começo esta lista já de prontidão, citando meu filme favorito inspirado na obra do mestre Poe. Trata-se de um clássico do Cinema B de Roger Corman, um produtor que ficou famoso por sua carreira dedicada a filmes de horror com baixo orçamento. Neste caso, A Orgia da Morte é mais um dos filmes a contar com a ilustre e sombria presença de Vincent Price. O filme tenta seguir à risca a história do conto A Máscara da Morte Rubra, onde um nobre lascivo sedia um baile, enquanto o mundo fora de seu palácio é vitimado por uma praga inexorável. Enquanto o relógio se aproxima das doze badaladas, um convidado soturno chega ao baile... trazendo consigo a Escuridão e a Decadência.

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O Poço e o Pêndulo (Pit and the Pendulum, 1961)

Ainda na listagem dos filmes associados à produção de Roger Corman, outro que precisa ser levado em consideração é O Poço e o Pêndulo, também baseado em uma das obras mais marcantes do autor norte-americano. Aqui, vemos um homem descendo à espiral da loucura enquanto sua própria morte se aproxima implacável.
Contudo, o filme toma uma série de liberdades criativas em torno do material original, e pode-se dizer que é um "filme independente", apesar de carregar o título do conto em que é "baseado". Entre o elenco de atores, temos novamente Vincent Price em destaque, além de Barbara Steele, em um papel original - mas que condiz com as donzelas mórbidas de Poe.

Extraordinary Tales (2013) 
Migrando rapidamente do live-action para a animação, vale citar um filme antológico muito interessante, lançado em 2015. Sem título oficial no Brasil. Extraordinary Tales - algo como "Contos Extraordinários" - usa diferentes estilos de animação para adaptar cinco entre os contos e poesias mais famosos do autor. Temos aqui A Queda da Casa de Usher, A Máscara da Morte Rubra, O Coração Delator, O Poço e o Pêndulo e O Estranho Caso do Sr. Waldemar. É importante citar que cada conto é narrado por um ator ou cineasta familiarizado com a obra de Poe: Roger Corman, Christopher Lee e Guillermo Del Toro, entre outros.
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A Queda da Casa de Usher (La Chute de la Maison Usher, 1928)
Vamos voltar um pouco aos primeiríssimos clássicos do cinema para resgatar um filme francês do prestigiado cineasta Jean Epstein. Roteirizado por Luis Buñuel, um dos percussores do surrealismo, o filme mudo adapta bem fielmente o popular conto de Poe, sobre um homem - aqui, ironicamente chamado Allan - que precisa se mudar para a Casa de Usher.

Em sua nova morada, ele passa a cuidar de um velho amigo, que mora recluso com sua irmã. O conto homônimo no qual o filme se baseia é uma excelente porta de entrada para o universo soturno do Horror Gótico. Temos a presença de uma donzela entregue aos braços da Morte, um clima familiar taciturno e uma assombração presente.

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O Gato Preto (The Black Cat, 1934)
Na década de 30, tivemos o surgimento popular do cinema de horror através de produções que se popularizariam muitos anos depois. Foi nessa época, por exemplo, que surgiram os Monstros da Universal. E, foi assim que dois nomes se popularizaram no mercado fílmico: Bela Lugosi e Boris Karloff, os eternos Drácula e Frankenstein do cinema.

Aqui, os dois astros (considerados "rivais" na época) foram reunidos em um filme que é considerado um dos mais importantes para o gênero do horror. Apesar do título, o longa não adapta fielmente o conto de Poe, mas adiciona elementos interessantes no meio, que incluem a presença de um culto satanista, por exemplo.

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O Corvo (The Raven, 1935)
Ainda protagonizado pela dupla Karloff e Lugosi, temos aqui o que aparenta ser uma adaptação da obra mais famosa de Edgar Allan Poe: o poema O Corvo. Contudo, o que temos aqui é uma história que não adapta exclusivamente o conto, mas se inspira em toda a obra literária do autor, assim como aspectos de sua própria - e misteriosa - vida pessoal.

Extremamente controverso na época de seu lançamento, devido aos temas sombrios e ao uso sem precedentes de violência e horror gráfico, o filme ainda assim consegue passar toda a atmosfera etérea do autor, trazendo a tona elementos que tornaram sua obra tão popular após sua morte. Para muitos, assim como o próprio Poe, o filme surgiu muito à frente de seu tempo.

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O Corvo (The Crow, 1994)
Antes de qualquer coisa, preciso já deixar algo bem claro: Este filme NÃO é uma adaptação do conto de Edgar Allan Poe. Na verdade, ele sequer tem alguma ligação direta com a obra do autor, exceto pelo animal sombrio que protagoniza seu título. Em vez disso, temos aqui uma obra baseada no aclamado quadrinho de James O'Barr.

Ainda assim, há elementos aqui que remetem à obra do autor, e que servem para mostrar um pouco de sua influência na cultura pop, até mesmo em meio aos super-heróis. O filme - que vocês já devem conhecer por seus bastidores trágicos - conta a história de um homem que volta à vida para se vingar do brutal crime que vitimou a ele e sua amante.

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A Colina Escarlate (Crimson Peak, 2015)
Guillermo Del Toro sempre foi um profundo admirador da obra de Edgar Allan Poe, usando muitos dos elementos da literatura do autor para compor suas histórias de fantasma. E, ainda assim, nenhum consegue fazer uma ponte tão direta quanto A Colina Escarlate, ainda que o filme não tenha sido tão bem-recebido pelos críticos e fãs.

O longa é um romance gótico focado em Edith, uma escritora que se muda para um casarão isolado para viver com seu marido, um barão misterioso. O filme tem elementos fantasmagóricos impressionantes, e capricha na construção dessas assombrações. Além disso, em seu elenco, reluzem nomes como Tom Hiddleson e Jessica Chastain.

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Os Outros (The Others, 2001)
Por falar em histórias de fantasmas, não podemos deixar de citar Os Outros, um dos filmes de horror mais surpreendentes da década passada. Aqui, temos o que parece ser a típica história clichê, de uma família vivendo em uma casa aparentemente assombrada por fantasmas e espíritos do além.

Contudo, há muito mais a ser descoberto e desenvolvido aqui. O filme trabalha com muitos aspectos do Horror Gótico, desde o romance transcendental à noção de que fantasmas são mais próximos de nós do que esperamos. O grande destaque aqui fica por conta de Nicole Kidman, que dá uma das melhores atuações de sua carreira.

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Os Inocentes (The Innocents, 1961)
Finalizando, volto a faltar de outro dos meus filmes favoritos. Desta vez, trata-se de Os Inocentes, a adaptação cinematográfica de A Outra Volta do Parafuso, escrito por Henry James. O livro, apesar de não ter tantas referências a Edgar Allan Poe, é uma obra consciente do gênero literário que se propõe a explorar: o Horror Gótico.
O filme, por sua vez, complementa as sensações do livro, e consegue entregar uma experiência ainda mais completa. Aqui, acompanhamos uma dama - interpretada por Deborah Kerr - que se torna governanta de uma mansão, e nutre uma relação amigável com as crianças que habitam nela... mas que acaba se tornando sinistra.
Créditos: Legião dos Herois

15 de agosto de 2022

O Gótico no Cinema

O filme gótico é baseado na literatura gótica ou contêm elementos góticos. Desde que vários gêneros de filme definitivos—incluindo ficção cientifica, filme noir, thriller, e comédia—têm usado elementos góticos, o filme gótico é desafiante para definir claramente como um gênero. Elementos góticos têm também infundido o gênero de filme de horror, contribuindo elementos sobrenaturais e aterrorizantes. Para criar uma atmosfera gótica, cineastas têm procurado criar novos truques de câmera que desafiam as percepções das audiências. Filmes góticos também refletem questões contemporâneas. 
A New Companion to The Gothic de Heidi Kaye diz "visuais fortes, um foco sobre sexualidade e uma ênfase na resposta da audiência" caracterizam filmes góticos como fizeram as obras literárias. The Encyclopedia of the Gothic diz que a fundação do filme gótico foi a combinação de literatura gótica, melodrama de palco, e expressionismo alemão.
Em The Cambridge Companion to Gothic Fiction, Misha Kavka diz que o filme gótico não é um gênero estabelecido, em vez contribuindo para imagens, enredos, personagens, e estilos góticos para os filmes. 

Estes elementos são muitas vezes encontrados na "categoria mais ampla do horror". Kavka cita a definição do gótico de William Patrick Day, "[ele] nos atormenta com o medo, tanto como seu assunto e seu efeito; faz isso, entretanto, não primariamente através de personagens ou enredos ou mesmo linguagem, mas através do spectacle". O cinema atende a definição gótica em criar imagens que estabelecem o espetáculo.
Um subgênero é o filme gótico romântico, focado nas questões femininas.

História:
Filmes góticos eram parte do início do cinema, adaptando a literatura gótica na tela como os melodramas de palco têm previamente feito. Obras góticas que fortemente influenciaram o cinema foram aquelas do século XIX: Frankenstein por Mary Shelley, Dr. Jekyll and Mr. Hyde por Robert Louis Stevenson e Drácula por Bram Stoker. Como a maioria do início do cinema, muitos filmes mudos góticos foram perdidos ou encurtados No rescaldo da Primeira Guerra Mundial, os horrores da guerra permearam os filmes góticos. O Gabinete do Dr. Caligari (1920) de Robert Wiene, embora não se baseasse em um texto gótico, exibiu o expressionismo alemão que Heidi Kaye diz "transformou a abordagem estadunidense para o cinema gótico". The Encyclopedia of the Gothic diz, "Este marco no filme gótico foi originalmente intendido para ser uma sátira sobre a hipocrisia burguesa dirigido por Fritz Lang.

De acordo com New Directions in 21st-Century Gothic: The Gothic Compass, estudiosos consideram os filmes góticos Frankenstein (1931) por James Whale, Dracula (1931) por Tod Browning, e Dr. Jekyll and Mr. Hyde por Rouben Mamoulian "um fundacional tríptico, do qual eles olharam para trás para filmes góticos iniciais e para frente para os posteriores".
Na Austrália, o primeiro filme gótico moderno é considerado para ser Picnic at Hanging Rock (1975).
Lista de Filmes com temática gótica:

Os Outros (2001)

Graça em estado de fuga nos Outros
Um excelente exemplo da clássica história de fantasmas britânica adaptada para a tela grande,  Os Outros  é movido por uma performance central digna de um prêmio de Nicole Kidman. Ela estrela o filme como uma mãe lutando para criar seus filhos dentro dos limites de sua casa senhorial isolada e à sombra do fim da Segunda Guerra Mundial e da ausência de seu pai, que não voltou para casa dela.
A intrusão de presenças fantasmagóricas em suas vidas apresenta mistério convincente o suficiente para distrair o público das subversões da fórmula tradicional que o filme está executando, levando a uma virada inesquecível das mesas no final. É certamente uma visão ambiciosa de um conto claramente inspirado na Virada do Parafuso , mas o escritor, diretor e compositor Alejandro Amenábar dá ao filme os detalhes autorais necessários.
The Uninvited (1944)
A sala assombrada de The Uninvited (1944)
Embora muito pontual em termos de como mistura a comédia com seu melodrama e terror,  The Uninvited  ainda é um filme de terror gótico fortemente atmosférico que gira em torno de uma propriedade rural quase abandonada na Cornualha, Inglaterra. A clássica história de fantasmas é toda sobre o desenrolar de seu enredo e a história familiar sombria que a move, com o talento expressionista do gênero surgindo em momentos inesperados para resultados arrepiantes.
Baseado no romance Uneasy Freehold de Dorothy Macardle  , publicado nos EUA como  The Uninvited , o filme continua um pouco menos conhecido e mais difícil de encontrar do que outros pilares do gênero, apesar da cinematografia indicada ao Oscar de Charles Lang e da popularidade duradoura do original do filme música “Stella by Starlight”.
O Orfanato (2007)
Tomas parado no corredor do Orfanato
Considerando o envolvimento do diretor no filme como produtor executivo e as semelhanças gerais com sua também imensamente popular história de fantasmas em espanhol,  The Devil’s Backbone , não é de se admirar que O orfanato  seja muitas vezes erroneamente considerado um filme de Guillermo del Toro. No entanto, o filme de estreia de JA Bayona  inclina-se muito mais fortemente para as tradições tradicionais e armadilhas do terror gótico do que  The Devil’s Backbone , enquanto ainda vive de acordo com seu foco no personagem e emoção na história envolvente.
O enredo gira em torno da busca por uma criança desaparecida vista pela última vez em um antigo orfanato sendo reformado por seus pais, com passados ​​secretos dele, sua mãe e a velha casa ornamentada se misturando enquanto o mistério se desenrola, construindo para um clímax comovente.
Suspiria (1977)
Suzy segurando uma faca
Embora antes de tudo considerado o principal exemplo do subgênero Giallo no cinema de terror italiano, Suspiria de  Dario Argento também  é uma encantadora história de terror gótico, ambientada em uma escola de dança alemã isolada que guarda um segredo sobrenatural dentro de suas paredes.
Evitando o mal-estar que queima lentamente e a monotonia intencional que é tipicamente associada ao terror gótico,  Suspiria  é uma explosão inesquecível de som e cor, bombeando choque e terror nos corações do público e se divertindo bastante ao fazê-lo.
The Old Dark House (1932)

 Duas das entradas mais icônicas e integrantes da história do terror gótico no cinema são, sem dúvida, Frankenstein  e  Noiva de Frankenstein  , de James Whale,  estrelado por Boris Karloff como o icônico monstro literário. Mas entre esses dois sucessos revolucionários, ele lançou uma história de terror gótico muito menos conhecida, mas igualmente bem-sucedida, chamada  The Old Dark House . Adaptado do romance  Benighted  pelo autor JB Priestley,  The Old Dark House  faz o que diz na embalagem, mas isso não o torna um caso simplista.

Os temas do romance de desilusão pós-guerra sobrevivem na adaptação de Whale e criam um retrato distintamente assustador das atitudes em relação às estruturas de classe decadentes que inevitavelmente levam à Segunda Guerra Mundial. Karloff voltou a trabalhar com Baleia neste filme também, interpretando um monstro mais totalmente antipático desta vez, com o ator coadjuvante Ernest Thesiger que trabalharia com a dupla novamente em  Noiva de Frankenstein  como o malvado Doutor Pretorioso, tornando-se um fascinante trampolim no desenvolvimento do gênero na tela, no mínimo.

A Máscara Da Morte Rubra (1964)

Edgar Allen Poe é considerado por muitos como o rei indiscutível do terror gótico. Explorando os horrores que infligem a alma, este mestre contador de histórias criou um mundo de pesadelo em The Masque Of The Red Death , que é ditado por um tirano perverso que aterroriza seus súditos à luz do dia e definha em luxo palaciano durante a noite. No entanto, o carma logo bate à sua porta, enquanto uma pessoa misteriosa com vingança comparece a seu baile de máscaras narcisista em um temido manto vermelho.

Roger Corman faz jus a esta história ao construir o mundo cinematográfico perfeito para que o conto medonho se desenrole e ao colocar o icônico Vincent Price no papel do príncipe covarde.

Sleepy Hollow (1999)

Embora tenha havido  muitos projetos de Tim Burton não realizados , os telespectadores devem ficar contentes que The Legend of Sleepy Hollow, de  Washington Irving,  foi adaptado por Tim para as telas de cinema na forma do festival de terror / mistério de 1999,  Sleepy Hollow .

Criando um mundo de sonhos baseado na pequena cidade de Sleepy Hollow, Ichabod Crane, um policial de Nova York enfrenta o romance e a fantasia neste filme assustadoramente gótico. Estrelado por Johnny Depp, Christopher Walken e Christina Ricci entre outros,  Sleepy Hollow  é um deleite para os amantes do terror gótico.

House Of Usher (1960)
 

Roger Corman adaptou muitas das histórias de Edgar Allen Poe durante os anos 1960 no que veio a ser conhecido como o ‘ciclo de Poe’ do diretor. No entanto, House of Usher deve ser o filme que deu o tom para o resto das adaptações de Poe que se seguiram.

Estrelado por Vincent Price como Roderick Usher, Mark Damon como Phillip Winthrop e Myrna Fahey como Madeline Usher, o filme imortaliza na tela uma das melhores histórias de terror gótico que Poe já escreveu. Cinematografia e roteiro robustos que solidificam os sentimentos de aceitação passiva e pavor psicossexual tornam este filme um clássico absoluto.

Drácula De Bram Stoker (1992)
Gary Oldman em Drácula de Bram Stoker

Embora não seja o mais assustador de forma alguma, Drácula de Francis Ford Coppola é extremamente gótico devido ao seu incrível design de produção e figurinos, um aspecto que rendeu a Eiko Ishioka um Oscar de Melhor Figurino.

Reimaginando conto clássico de Vlad Tepes de Bram Stoker em traços liberais, Coppola traz o subtexto das implicações de Stoker de repressão sexual durante a era vitoriana com dureza evidente. Estrelado por Keanu Reeves, Winona Ryder, Anthony Hopkins e Gary Oldman, o filme também oferece um elenco estelar que é difícil de ignorar.

The Changeling (1980)

Embora muitos espectadores prefiram assistir a filmes góticos do sul, como The Devil All The Time, ou outros , há algo no gênero tradicional de terror gótico que atrai um público maior. O clássico de Peter Medak de 1980, The Changeling, é um desses filmes que leva em conta cada armadilha gótica e prende o público com uma sensação de sobrenatural e uma sensação assustadora e assustadora de pavor.

Estrelado por George C. Scott como o protagonista John Russell, The Changeling inclui escadas complicadas, cadeiras de rodas mal-assombradas, ruídos misteriosos, brinquedos infantis misteriosos, sessões espíritas e, claro, uma mansão assustadora e vazia; tudo isso compensando a receita perfeita de um filme de terror gótico extremamente agradável.

Entrevista Com O Vampiro (1994)
Um dos  melhores filmes da carreira de Brad Pitt ,  Entrevista com o Vampiro  co-estrela o charmoso Tom Cruise e a brilhante Kirsten Dunst, retratando dois casos de amor, um entre o personagem de Pitt e o de Cruise, e outro entre o primeiro e o personagem de Dunst; bem como a situação da imortalidade.
Filmado em Nova Orleans, o diretor Neil Jordan usa todos os instrumentos que um terror gótico deveria ter, incluindo espartilhos justos, cadáveres em decomposição e muito sangue coagulado. Ele mantém intactos a sensibilidade e o tom que são típicos de um terror gótico, ao mesmo tempo em que prova ser uma grande adaptação do clássico de terror moderno de Anne Rice.

The Innocents (1961)

Um filme que leva a inquietação e o desconforto a outro nível é a obra-prima de Jack Clayton, The Innocents. Este filme gótico faz uso da cinematografia em preto e branco, cortesia do maravilhoso Freddie Francis, a um nível assustador onde os espectadores ficam se perguntando sobre o que se esconde nas sombras.

Adaptado da novela de Henry James chamada The Turn of the Screw, The Innocents é co-escrita pelo incrível Truman Capote, mais conhecido por seu romance de crime real de não ficção, In Cold Blood. Lidando com temas de sexualidade reprimida, perversidade e o passado infringindo o presente, The Innocents joga com o poder da sugestão, em vez de declarar as coisas abertamente, mantendo assim o público sempre adivinhando.

Pico Carmesim (2015)

Estrelado por Tom Hiddleston, Mia Wasikowska e Jessica Chastain, Crimson Peak conta a história de Edith que encontra o amor no encantador e atraente Sir Thomas Sharpe e se muda com ele para sua mansão gótica e arcaica situada em uma localidade remota nas colinas e pântanos de Inglaterra. Lá ela conhece a misteriosa irmã de Thomas, Lady Lucille, que parece estar protegendo os segredos sombrios da Mansão Sharpe.

Por ser uma médium que se comunica com os mortos, Edith tenta desvendar os mistérios que cercam a casa, mas logo percebe que são os vivos que deveriam ser mais temidos. O diretor Guillermo Del Toro pinta um mundo assustadoramente belo neste espantoso romance gótico, com cenários, efeitos visuais, trilha sonora de fundo e figurinos que são encantadores e arrepiantes.

The Haunting (1963)

Ao longo de sua carreira, Robert Wise se envolveu com muitos gêneros diferentes, então não é uma surpresa que ele também tenha um filme de terror gótico em seu currículo, que também é esplendidamente bom. The Haunting foi adaptado do romance The Haunting of Hill House escrito por Shirley Jackson e narra a história de uma casa do mal, um pesquisador paranormal, um clarividente, uma protagonista feminina emocionalmente danificada e o herdeiro da mansão.

Esta obra-prima gótica envolve os enredos óbvios de uma personagem feminina emocionalmente vulnerável e os temas da sexualidade reprimida; mas nunca objetiva questionar a existência do sobrenatural, com a própria narração de abertura deixando claro que a casa é má. O diretor de fotografia David Boulton certifica-se de que o quociente de susto é mantido em um nível máximo com o uso de planos de longa distância, planos de baixo / alto ângulo, bem como o uso de lentes distorcidas e defeituosas. Não é à toa que  Martin Scorsese classificou este filme como o mais assustador que ele já viu.

Rebecca (1940)

Alfred Hitchcock é conhecido como o Mestre do Suspense e seus filmes inspiraram muitos thrillers nos últimos anos . No entanto, sua primeira aventura em Hollywood envolveu o terror. Adaptado do livro homônimo de Daphne Du Maurier, Rebecca é um filme que exibe sutis elementos de terror gótico, enquanto atormenta o público com a inquietação psicológica pela qual passa a protagonista, ‘a segunda’ Sra. De Winter, interpretada por Joan Fontaine.
Enquanto outros filmes no repertório de Hitchcock, como Vertigo , os pássaros ,  e Jamaica Inn tem fortes elementos gótico-terror em si, é Rebecca , que prova ser o mais proeminente. Uma menção especial deve ser dada à arrepiante personificação na tela da Sra. Danvers, interpretada excepcionalmente por Judith Anderson.
Fonte: SCR