O Corvo" é um poema narrativo do escritor norte-americano Edgar Allan Poe. Publicado pela primeira vez em janeiro de 1845, é conhecido principalmente por sua musicalidade, linguagem estilizada e atmosfera sobrenatural. O poema trata da visita misteriosa de um corvo falante a um homem, frequentemente identificado como estudante, que lamenta a perda de sua amada, Lenore, e progressivamente enlouquece. Sentado em um busto da Palas Atena, o corvo parece perturbar ainda mais o protagonista com sua constante repetição da expressão "nunca mais". O poema faz referência a elementos folclóricos, mitológicos, religiosos e clássicos.
Poe afirmou, em seu ensaio A Filosofia da Composição, de 1846, ter escrito o poema de maneira lógica e metódica, com a intenção de criar uma obra que agradaria tanto à crítica quanto ao gosto popular. O autor se inspirou, em parte, em um corvo falante do romance Barnaby Rudge: A Tale of the Riots of Eighty, de Charles Dickens. De maneira semelhante, Poe baseou-se no ritmo complexo e métrica do poema Lady Geraldine's Courtship, de Elizabeth Barrett, além de fazer uso da rima interna e da aliteração.
"O Corvo" foi publicado pela primeira vez, com atribuição a Poe, na edição de 29 de janeiro de 1845 do New York Evening Mirror. Sua publicação tornou seu autor popular ainda em vida, mas não lhe trouxe grande sucesso financeiro. Em pouco tempo, o poema foi republicado, parodiado e ilustrado. Há divergências na opinião crítica em relação ao caráter literário do poema, mas ele continua sendo um dos mais famosos poemas anglófonos já escritos.
Sinopse:
O Corvo é narrado por um homem, cujo nome não é mencionado, que, em uma noite sombria de dezembro, lê "curiosos tomos de ciências ancestrais", em frente a uma lareira cujo fogo estava prestes a morrer, como uma maneira de esquecer a morte de sua amada, Lenore. Uma "batida na porta do [seu] quarto" chama a sua atenção e, porque ninguém se encontrava à porta, leva sua alma a "queimar". A batida é repetida, um pouco mais alta, e ele percebe que está vindo de sua janela. Quando ele vai investigar, um corvo voa para dentro de seu quarto. Não prestando atenção ao homem, o corvo pousa sobre um busto de Palas Atena acima da porta.
Divertido com a disposição cômica séria do corvo, o homem pede que o pássaro lhe diga seu nome. A única resposta do corvo é "nunca mais" (em inglês: nevermore). O narrador fica surpreso que o corvo possa falar, embora neste momento não tenha dito mais nada. O narrador observa para si mesmo que seu "amigo", o corvo, logo voará para fora de sua vida, assim como "outros amigos voaram antes", juntamente com suas esperanças anteriores. Como se estivesse respondendo, o corvo responde novamente com "nunca mais". O narrador argumenta que o pássaro aprendeu a expressão "nunca mais" com algum "mestre infeliz" e que é a única expressão que conhece.
Mesmo assim, o narrador puxa sua cadeira diretamente na frente do corvo, determinado a aprender mais sobre o mesmo. Ele pensa por um momento em silêncio, e sua mente volta para a finada Lenore. Ele acha que o ar fica mais denso e sente a presença de anjos, e se pergunta se Deus está lhe enviando um sinal de que ele deve esquecer Lenore. O pássaro novamente responde negativamente, sugerindo que o narrador nunca poderá se libertar de suas memórias. O narrador fica zangado, chamando o corvo de "coisa maléfica" e de "profeta". Finalmente, o narrador pergunta ao corvo se ele se reunirá com Lenore no céu. Quando o corvo responde com seu típico "nunca mais", ele fica furioso e, chamando-o de mentiroso, ordena que o pássaro retorne à "costa plutoniana" — mas não se move. Presumivelmente no momento da recitação do poema pelo narrador, o corvo "ainda está sentado" no busto de Palas. A admissão final do narrador é que sua alma está presa sob a sombra do corvo e "nunca mais" será levantada.
O Corvo
Tradução de Fernando Pessoa
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O Corvo
Tradução de Machado de Assis
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Em inglês - Interpretação do ator Vicent Price, um dos mestres do terror.
Tradução de Fernando Pessoa
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O Corvo
Versão Os Simpsons