Mudou-se para Argel, onde faz seus primeiros estudos. Trabalhou como vendedor de acessórios de automóvel, meteorologista, foi empregado no escritório de corretagem marítima e na prefeitura. Com o apoio da família frequentou a escola e com o incentivo de alguns professores formou-se em filosofia e em seguida conclui o doutorado. Acometido de tuberculose ficou impossibilitado de prestar concurso para professor, que tanto desejava.
Carreira Literária: Em 1934, Camus entrou para o Partido Comunista Francês, e em seguida no Partido do Povo da Argélia, passando a escrever para dois veículos socialistas, iniciando-se como jornalista. Fundou a companhia Théântre du Travail onde trabalhou como diretor e ator. Montou peças que foram logo proibidas, entre elas, “Revolta das Astúrias” (1936). Em uma viagem cultural visitou a Espanha, a Itália e a Tchecoslováquia, países que são citados em suas primeiras obras: “O Avesso e o Direito” (1937) e “Bodas” (1938).
Depois de romper com o Partido Comunista, em 1940, mudou-se para Paris, mas teve que fugir diante da invasão alemã. Pouco depois retornou à França e ingressou na Resistência Francesa. Colaborou com o jornal clandestino “Combat”. Travou conhecimento com o filósofo Sartre, de quem se tornou amigo.
O Estrangeiro: Em 1942, em plena Guerra Mundial, Albert Camus publica seu mais importante romance, “O Estrangeiro”. O romance narra a história de um homem vidente que comete um crime quase inconsciente e é julgado por esse ato.
Meursault, que vivia sua liberdade de ir e vir sem ter consciência dela, subitamente perde-a envolvido pelas circunstâncias e acaba descobrindo sua liberdade maior e mais assustadora na própria capacidade de se autodeterminar.
A obra é uma reflexão sobre a liberdade e a condição humana que deixou marcas profundas no pensamento ocidental. Em 1944 publica o ensaio “O Mito de Sísifo”, obra que também tornaria célebre seu nome. Duas peças suas fizeram sucesso depois da libertação do regime nazista: “O Mal Entendido” (1944) e “Calígula” (1945). Em todas essas obras, Albert Camus apresenta uma visão desesperançada e niilista da condição humana.
A Peste: Em 1947 Camus publica “A Peste”, uma narrativa simbólica da luta de um médico envolvido nos esforços para conter a epidemia. Camus destaca a mudança na vida da cidade de Orã, na Argélia, depois que ela foi atingida pela peste transmitida pelos ratos, e que dizimou grande parte da população:
“O cantor, em meio ao terceiro ato de Orfeu e Eurídice, estirou-se contra os cenários, morto. As pessoas da plateia levantaram-se, foram saindo lentamente de início, depois em debandada, espremendo-se umas contra as outras, fugindo da peste que não poupara nem o palco. Era como se toda a repulsa reprimida durante todo o tempo em que os ratos morriam às centenas nas ruas, nas escadas, nas frestas, no lixo, em todos os lugares, explodisse agora, junto com o peito do homem morto”.