11 de fevereiro de 2021

Dica de Leitura: O Hobbit

Bilbo Bolseiro era um dos mais respeitáveis hobbits de todo o Condado até que, um dia, o mago Gandalf bate à sua porta. A partir de então, toda sua vida pacata e campestre soprando anéis de fumaça com seu belo cachimbo começa a mudar. Ele é convocado a participar de uma aventura por ninguém menos do que Thorin Escudo-de-Carvalho, um príncipe do poderoso povo dos Anões.

Esta jornada fará Bilbo, Gandalf e 13 anões atravessarem a Terra-média, passando por inúmeros perigos, sejam eles, os imensos trols, as Montanhas Nevoentas infestadas de gobelins ou a muito antiga e misteriosa Trevamata, até chegarem (se conseguirem) na Montanha Solitária. Lá está um incalculável tesouro, mas há um porém. Deitado em cima dele está Smaug, o Dourado, um dragão malicioso que... bem, você terá que ler e descobrir.

Lançado em 1937, O Hobbit é um divisor de águas na literatura fantástica mundial. Mais de 80 anos após a sua publicação, o livro que antecede os ocorridos em O Senhor dos Anéis continua arrebatando fãs de todas as idades, talvez pelo seu tom brincalhão com uma pitada de magia élfica, ou talvez porque J.R.R. Tolkien tenha escrito o melhor livro infanto-juvenil de todos os tempos.
Estrelas: 4/5⭐⭐⭐⭐ Editora‏: ‎HarperCollins 1ª edição (15 julho 2019) Idioma‏: ‎Português Capa dura ‏ 336 páginas
Sobre o autor:
Conhecido internacionalmente como J.R.R. Tolkien, John Ronald Reuel Tolkien foi um premiado escritor, professor universitário e filólogo britânico. Nascido no Estado Livre de Orange (atual África do Sul), passou a viver na Inglaterra a partir dos 3 anos de idade. Desde pequeno ele era fascinado por línguas e costumava inventar seus próprios idiomas. Doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e de Dublin, foi nomeado Comandante da Ordem do Império Britânico pela Rainha Elizabeth II e recebeu o título de doutor honorário em Letras pela Universidade de Oxford. Tolkien é considerado o "mestre da literatura fantástica". Suas obras, como O Hobbit, O Senhor dos Anéis e O Silmarillion, foram traduzidas para mais de 50 idiomas, vendendo mais de 200 milhões de cópias e influenciando continuadamente gerações e gerações de escritores e leitores no mundo todo.

Dica de Leitura: 1984

Romance incontornável, 1984 continua sendo o livro ao qual nos voltamos sempre que se mutila a verdade, distorce-se a linguagem e viola-se o poder. 

Com dezenas de milhões de cópias vendidas em todo o mundo, o romance de Orwell tem como herói o angustiado Winston Smith, refém de um mundo feito de opressão absoluta. Em Oceânia, ter uma mente livre é considerado crime gravíssimo. 

Numa trama em que os “fatos alternativos” estão por toda parte e a mentira foi institucionalizada, Winston se rebela contra a sociedade totalitária na qual vive; em seu anseio por verdade e liberdade, ele arrisca a vida ao se envolver amorosamente com uma colega de trabalho, Júlia, e com uma organização revolucionária secreta. 

Normalmente lido como uma distopia, 1984 é também uma sátira, uma profecia, um grito de alerta, um thriller de espionagem, uma extraordinária ficção científica, um terror psicológico, um romance pós-moderno e uma história de amor.
Estrelas: 5/5 ⭐⭐⭐⭐⭐ Editora: ‎Companhia das Letras 
1ª edição (6 dezembro 2019) Capa dura ‏ 408 páginas

9 de fevereiro de 2021

Os Olhos de Eurídice - Contos

O lugar onde duas irmãs buscaram abrigo em uma noite de tempestade não passava de um casebre no qual o tempo já tinha devorado quase todo o alicerce, no único cômodo que se mantinha em pé, havia quadros espalhados pelas tortuosas paredes, as pinturas eram estranhas e passavam uma sensação angustiante. 

Encolhidas em um quanto, esperando o fim da tormenta, as irmãs observavam uma pintura ainda presa ao cavalete, logo abaixo uma inscrição do que era mostrado na tela, entre os clarões dos raios que passavam por entre as rachaduras, puderam ler e perceber que ele contava também a história de duas irmãs.
Eurídice era uma mulher já idosa, no alto de seus oitenta anos, viveu plenamente, mesmo na pobreza, buscara tirar o melhor de tudo. Tinha diante de seus olhos a conquista ao sabor do vento, de coisas e pessoas insignificantes, mas verdadeiras. 

Nada a impedia de ajudar a quem precisasse, sua aura refletida pelo olhar, emanava o mais alto grau da simplicidade, seus olhos mostravam até mesmo a contemplação do infinito, tudo isso resguardado pelas rugas de seu rosto.

Sua irmã, Maria, desejava mais que qualquer coisa, o poder de ver o mundo através daquele olhar. Para conseguir algo mostrava olhos de cobiça e inveja, não conseguia arrancar palavras de admiração sincera de ninguém, já que para ajudar o próximo, fazia apenas para satisfazer os seus próprios interesses.

Maria então decidiu que queria ter a sensação plena dos olhos de Eurídice, talvez a irmã mais velha não tivesse mais muito tempo pela frente e aquele olhar fluído de perpétua paz, estaria para sempre, perdido. Convidou então a irmã para posar para um retrato, seria uma homenagem singela e um presente para ela. Eurídice que nunca percebera o olhar malévolo da irmã, concordou, mas pediu que o quadro foi feito em sua pequena casa, pois mostraria assim a forma simples em que vivia.

Ao chegar no quarto, Maria foi tomada de súbito, pelos mais terríveis sentimentos, raiva, cobiça, ódio em estado puro, na sua frente não tinha mais que uma cama e uma cômoda, objetos simples, nada que despertasse o interesse, mas em Maria, ardia o desejo inexplicável de ter tudo aquilo.
Ao posar para o retrato, Eurídice ficava defronte a irmã, parecia estar rodeada por um estado de graça que cobria todo o ambiente, seus olhos refletiam a imagem da irmã enquanto pintava, mostrando o reflexo do desespero, ira, maledicência e sobretudo, da ambição.

Conforme as horas iam passando, Maria estava cada vez mais obcecada nos olhos de Eurídice, a cada pincelada, um pedido era feito do fundo de sua alma para que pudesse viver daquela maneira pelo menos uma vez, enquanto a irmã posava, seu olhar estático fazia à vontade já sobre-humana aumentar, chegando ao ponto de Maria se levantar e gritar, dizendo que tinha terminado e enfim, conseguido. 

Em completo êxtase, desabou morta ao chão, Eurídice ao examinar o quadro, notou que a irmã pintara um autorretrato, mas com os seus olhos no lugar dos olhos dela.
Em completo êxtase, desabou morta ao chão, Eurídice ao examinar o quadro, notou que a irmã pintara um autorretrato, mas com os seus olhos no lugar dos olhos dela.

 Os Olhos de Eurídice
Evelyn Veiga