Mostrando postagens com marcador lord byron. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador lord byron. Mostrar todas as postagens

9 de outubro de 2018

๐•ท๐–”๐–—๐–‰ ๐•ญ๐–ž๐–—๐–”๐–“ - ๐•ป๐–”๐–Š๐–’๐–†๐–˜

POEMAS - LORD BYRON
Nome influente no romantismo britรขnico, Lord Byron inspirou diversos escritores, inclusive no Brasil. 

O escritor londrino nasceu em 1788 e escreveu importantes obras, como “Peregrinaรงรฃo de Child Harold” e “Don Juan”. As obras de Byron costumam ser consideradas autobiogrรกficas, o que aproximava o autor e o pรบblico, ele recebia, inclusive, cartas de fรฃs. 

Tรฃo importante quando o texto, a imagem de Byron era reproduzida em larga escala, o que tornou o escritor muito conhecido. Fazia sucesso principalmente entre as mulheres, que o viam como um herรณi romรขntico. 

A preocupaรงรฃo de Lord Byron com a prรณpria imagem era tรฃo grande, que ordenava que as pinturas o mostrassem como um homem com feiรงรตes definidas e corpo em forma.

Talvez considerasse assim todos os homens, pois nunca escondeu sua paixรฃo por animais, chegando a declarar: “quanto mais conheรงo os homens, mais quero a meu cachorro”.  “Boaswain” foi o nome de seu cachorro preferido, o qual gostava tanto que, apรณs a morte do animal, dedicou-lhe os seguintes versos: "Aqui repousam os restos de uma criatura que foi bela sem vaidade forte sem insolรชncia valente sem ferocidade e teve todas as virtudes do homem e nenhum dos seus defeitos" Conta-se tambรฉm sobre Byron que nasceu com uma deformidade no pรฉ direito. Seus dedos eram voltados para dentro, o que lhe dificultava muitas tarefas.

Seu pai lhe disse que nunca andaria direito, muito menos correria. Mas Lord Byron nunca se rendeu. Jรก adulto, seu jeito de andar aliado ร  personalidade colรฉrica lhe deram uma forma รบnica de caminhar, considerada muito elegante (e sim, chegou a correr). Ele nunca sentiu vergonha desta enfermidade, atรฉ pelo contrรกrio. Quando as pessoas debochavam de seu pรฉ, Byron se enchia de orgulho e respondia: “Quando um membro se debilita, sempre hรก outro que o compensa”. O poeta faleceu em 19 de abril de 1824, na cidade de Missolonghi. Lutava ao lado dos gregos pela independรชncia, contra a opressรฃo turca. Os registros apontam apenas que a causa da morte foi uma uremia, com complicaรงรตes apรณs uma febre reumรกtica.


AS TREVAS  

A meu amigo, o DR. Franco Meireles,
inspirado tradutor das "Melodias Hebraicas".

Tive um sonho que em tudo nรฃo foi sonho!...

O sol brilhante se apagava: e os astros,
Do eterno espaรงo na penumbra escura,
Sem raios, e sem trilhos, vagueavam.
A terra fria balouรงava cega
E tรฉtrica no espaรงo ermo de lua.
A manhรฃ ia, vinha... e regressava...
Mas nรฃo trazia o dia! Os homens pasmos
Esqueciam no horror dessas ruรญnas
Suas paixรตes: E as almas conglobadas
Gelavam-se num grito de egoรญsmo
Que demandava "luz". Junto ร s fogueiras
Abrigavam-se. . . e os tronos e os palรกcios,
Os palรกcios dos reis, o albergue e a choรงa
Ardiam por fanais. Tinham nas chamas
As cidades morrido. Em torno ร s brasas
Dos seus lares os homens se grupavam,
Pra ร  vez extrema se fitarem juntos.
Feliz de quem vivia junto ร s lavas
Dos vulcรตes sob a tocha alcantilada!

Hรณrrida esperanรงa acalentava o mundo!
As florestas ardiam! ... de hora em hora
Caindo seapagavam; crepitando,
Lascado o tronco desabava em cinzas.
E tudo... tudo as trevas envolviam.
As frontesรฃo clarรฃo da luz doente
Tinham do inferno o aspecto... quando ร s vezes
As faรญscas das chamas borrifavam-nas.
Uns, de bruรงos no chรฃo, tapando os olhos
Choravam. Sobre as mรฃos cruzadas — outros —
Firmando a barba, desvairados riam.
Outros correndo ร  toa procuravam
O ardente pasto pra funรฉreas piras.
Inquietos, no esgar do desvario,
Os olhos levantavam pra o cรฉu torvo,
Vasto sudรกrio do universo — espectro —,
E apรณs em terra se atirando em raivas,
Rangendo os dentes, blasfemos, uivavam!

Lรบgubre grito os pรกssaros selvagens
Soltavam, revoando espavoridos
Num voo tonto coas inรบteis asas!
As feras estavam mansas e medrosas!
As vรญboras rojando se roscavam
Pelos membros dos homens, sibilantes,
Mas sem veneno... a fome lhes matavam!
E a guerra, que um momento s’extinguira,
De novo se fartava. Sรณ com sangue
Comprava-se o alimento, e apรณs ร  parte
Cada um se sentava taciturno,
Pra fartar-se nas trevas infinitas!
Jรก nรฃo havia amor! ... O mundo inteiro
Era um sรณ pensamento, e o pensamento
Era a morte sem glรณria e sem detenรงa!
O estertor da fome apascentava-se
Nas entranhas ... Ossada ou carne pรบtrida
Ressupino, insepulto era o cadรกver.

Mordiam-se entre si os moribundos
Mesmo os cรฃes se atiravam sobre os donos,
Todos exceto um sรณ... que defendia
O cadรกver do seu, contra os ataques
Dos pรกssaros, das feras e dos homens,
Atรฉ que a fome os extinguisse, ou fossem
Os dentes frouxos saciar algures!
Ele mesmo alimento nรฃo buscava ...
Mas, gemendo num uivo longo e triste,
Morreu lambendo a mรฃo, que inanimada
Jรก nรฃo podia lhe pagar o afeto.

Faminta a multidรฃo morrera aos poucos.
Escaparam dous homens tรฃo-somente
De uma grande cidade. E se odiavam.
... Foi junto dos tiรงรตes quase apagados
De um altar, sobre o qual se amontoaram
Sacros objetos pra um profano uso,
Que encontraram-se os dous... e, as cinzas mornas
Reunindo nas mรฃos frias de espectros,
De seus sopros exaustos ao bafejo
Uma chama irrisรณria produziram! ...
Ao clarรฃo que tremia sobre as cinzas
Olharam-se e morreram dando um grito.
Mesmo da prรณpria hediondez morreram,
Desconhecendo aquele em cuja fronte
Traรงara a fome o nome de Duende!

O mundo fez-se um vรกcuo. A terra esplรชndida,
Populosa tornou-se numa massa
Sem estaรงรตes, sem รกrvores, sem erva.
Sem verdura, sem homens e sem vida,
Caos de morte, inanimada argila!
Calaram-se o Oceano, o rio, os lagos!
Nada turbava a solidรฃo profunda!
Os navios no mar apodreciam
Sem marujos! os mastros desabando
Dormiam sobre o abismo, sem que ao menos
Uma vaga na queda alevantassem,
Tinham morrido as vagas! e jaziam
As marรฉs no seu tรบmulo... antes delas
A lua que as guiava era jรก morta!
No estagnado cรฉu murchara o vento;
Esvaรญram-se as nuvens. E nas trevas
Era sรณ trevas o universo inteiro.

Uma taรงa feita de um crรขnio humano 

Nรฃo recues! De mim nรฃo foi-se o espรญrito… 

Em mim verรกs – pobre caveira fria –

รšnico crรขnio que, ao invรฉs dos vivos, 

Sรณ derrama alegria.


Vivi! amei! bebi qual tu: Na morte

Arrancaram da terra os ossos meus.

Nรฃo me insultes! empina-me!… que a larva

Tem beijos mais sombrios do que os teus.

 

Mais vale guardar o sumo da parreira

Do que ao verme do chรฃo ser pasto vil;

– Taรงa – levar dos Deuses a bebida,

Que o pasto do rรฉptil.


Que este vaso, onde o espรญrito brilhava,

Vรก nos outros o espรญrito acender.

Ai! Quando um crรขnio jรก nรฃo tem mais cรฉrebro

…Podeis de vinho o encher!


Bebe, enquanto inda รฉ tempo! Uma outra raรงa,

Quando tu e os teus fordes nos fossos,

Pode do abraรงo te livrar da terra,

E รฉbria folgando profanar teus ossos.


E por que nรฃo? Se no correr da vida

Tanto mal, tanta dor ai repousa?

ร‰ bom fugindo ร  podridรฃo do lado

Servir na morte enfim p’ra alguma coisa!

Trevas 

(Traduรงรฃo de Castro Alves)

 

Eu tive um sonho que nรฃo era em todo um sonho

O sol esplรชndido extinguira-se, e as estrelas

Vagueavam escuras pelo espaรงo eterno,

Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra

Girava cega e negrejante no ar sem lua;

Veio e foi-se a manhรฃ – Veio e nรฃo trouxe o dia;

E os homens esqueceram as paixรตes, no horror

Dessa desolaรงรฃo; e os coraรงรตes esfriaram

Numa prece egoรญsta que implorava luz:

E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos,

Os palรกcios dos reis coroados, as cabanas,

As moradas, enfim, do gรชnero que fosse,

Em chamas davam luz; As cidades consumiam-se

E os homens juntavam-se junto ร s casas รญgneas

Para ainda uma vez olhar o rosto um do outro;

Felizes enquanto residiam bem ร  vista

Dos vulcรตes e de sua tocha montanhosa;

Expectativa apavorada era a do mundo;

Queimavam-se as florestas – mas de hora em hora

Tombavam, desfaziam-se – e, estralando, os troncos

Findavam num estrondo – e tudo era negror.

ร€ luz desesperante a fronte dos humanos

Tinha um aspecto nรฃo terreno, se espasmรณdicos

Neles batiam os clarรตes; alguns, por terra,

Escondiam chorando os olhos; apoiavam

Outros o queixo ร s mรฃos fechadas, e sorriam;

Muitos corriam para cรก e para lรก,

Alimentando a pira, e a vista levantavam

Com doida inquietaรงรฃo para o trevoso cรฉu,

A mortalha de um mundo extinto; e entรฃo de novo

Com maldiรงรตes olhavam para a poeira, e uivavam,

Rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos

E cheias de terror voejavam junto ao solo,

Batendo asas inรบteis; as mais rudes feras

Chagavam mansas e a tremer; rojavam vรญboras,

E entrelaรงavam-se por entre a multidรฃo,

Silvando, mas sem presas – e eram devoradas.

E fartava-se a Guerra que cessara um tempo,

E qualquer refeiรงรฃo comprava-se com sangue;

E cada um sentava-se isolado e torvo,

Empanturrando-se no escuro; o amor findara;

A terra era uma idรฉia sรณ – e era a de morte

Imediata e inglรณria; e se cevava o mal

Da fome em todas as entranhas; e morriam

Os homens, insepultos sua carne e ossos;

Os magros pelos magros eram devorados,

Os cรฃes salteavam seus donos, exceto um,

Que se mantinha fiel a um corpo, e conservava

Em guarda as bestas e aves e famintos homens,

Atรฉ a fome os levar, ou os que caรญam mortos

Atraรญrem seus dentes; ele nรฃo comia,

Mas com um gemido comovente e longo, e um grito

Rรกpido e desolado, e relambendo a mรฃo

Que jรก nรฃo o agradava em paga – ele morreu.

Finou-se a multidรฃo de fome, aos poucos; dois,

Dois inimigos que vieram a encontrar-se

Junto ร s brasas agonizantes de um altar

Onde se haviam empilhado coisas santas

Para um uso profano; eles a resolveram

E trรชmulos rasparam, com as mรฃos esquelรฉticas,

As dรฉbeis cinzas, e com um dรฉbil assoprar

E para viver um nada, ergueram uma chama

Que nรฃo passava de arremedo; entรฃo alรงaram

Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram

O rosto um do outro – ao ver gritaram e morreram

– Morreram de sua prรณpria e mรบtua hediondez,

– Sem um reconhecer o outro em cuja fronte

Grafara o nome “Diabo”. O mundo se esvaziara,

O populoso e forte era uma informe massa,

Sem estaรงรตes nem รกrvore, erva, homem, vida,

Massa informe de morte – um caos de argila dura.

Pararam lagos, rios, oceanos: nada

Mexia em suas profundezas silenciosas;

Sem marujos, no mar as naus apodreciam,

Caindo os mastros aos pedaรงos; e, ao caรญrem,

Dormiam nos abismos sem fazer mareta,

mortas as ondas, e as marรฉs na sepultura,

Que jรก findara sua lua senhoril.

Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens

Tiveram fim; a escuridรฃo nรฃo precisava

De seu auxรญlio – as trevas eram o Universo.

O Oceano 

(Traduรงรฃo de Castro Alves)

Rola, Oceano profundo e azul sombrio, rola!

Caminham dez mil frotas sobre ti, em vรฃo;

de ruรญnas o homem marca a terra, mas se evola

na praia o seu domรญnio. Na รบmida extensรฃo

sรณ tu causas naufrรกgios; nรฃo, da destruiรงรฃo

feita pelo homem sombra alguma se mantรฉm,

exceto se, gota de chuva, ele tambรฉm

se afunda a borbulhar com seu gemido,

sem fรฉretro, sem tรบmulo, desconhecido.

 

Do passo do hรก traรงos em teus caminhos,

nem sรฃo presas em teus campos. Ergues-te e o sacodes

de ti; desprezas os poderes tรฃo mesquinhos

que usa para assolar a terra, jรก que podes

de teu seio atirรก-lo aos cรฉus; assim o lanรงas

tremendo uivando em teus borrifos escarninhos

rumo a seus deuses – nos quais firma as esperanรงas

de achar um portou angra prรณxima, talvez –

e o devolves รก terra: – jaza aรญ, de vez.

 

Os armamentos que fulminam as muralhas

das cidades de pedra – e tremem as naรงรตes

ante eles, como os reis em suas capitais – ,

os leviatรฃs de roble, cujas proporรงรตes

levam o seu criador de barro a se apontar

como Senhor do Oceano e รกrbitro das batalhas,

fundem-se todos nessas ondas tรฃo fatais

para a orgulhosa Armada ou para Trafalgar.

 

Tuas bordas sรฃo reinos, mas o tempo os traga:

Grรฉcia, Roma, Catargo, Assรญria, onde รฉ que estรฃo?

Quando outrora eram livres tu as devastavas,

e tiranos copiaram-te, a partir de entรฃo;

manda o estrangeiro em praias rudes ou escravas;

reinos secaram-se em desertos, nesse espaรงo,

mas tu nรฃo mudas, salvo no florear da vaga;

em tua fronte azul o tempo nรฃo pรตe traรงo;

como รฉs agora, viu-te a aurora da criaรงรฃo.


Tu, espelho glorioso, onde no temporal

reflete sua imagem Deus onipotente;

calmo ou convulso, quando hรก brisa ou vendaval,

quer a gelar o pรณlo, quer em cima ardente

a ondear sombrio, – tu รฉs sublime e sem final,

cรณpia da eternidade, trono do Invisรญvel;

os monstros dos abismos nascem do teu lodo;

insondรกvel, sozinho avanรงas, รฉs terrรญvel.

 

Amei-te, Oceano! Em meus folguedos juvenis

ir levado em teu peito, como tua espuma,

era um prazer; desde meus tempos infantis

divertir-me com as ondas dava-me alegria;

quando, porรฉm, ao refrescar-se o mar, alguma

de tuas vagas de causar pavor se erguia,

sendo eu teu filho esse pavor me seduzia

e era agradรกvel: nessas ondas eu confiava e,

como agora, a tua juba eu alisava.

Estรขncias para a mรบsica

Alegria nรฃo hรก que o mundo dรช, como a que tira. 

Quando, do pensamento de antes, a paixรฃo expira 

Na triste decadรชncia do sentir; 

Nรฃo รฉ na jovem face apenas o rubor 

Que esmaia rรกpido, porรฉm do pensamento a flor 

Vai-se antes de que a prรณpria juventude possa ir. 

Alguns cuja alma boia no naufrรกgio da ventura 

Aos escolhos da culpa ou mar do excesso sรฃo levados; 

O รญmรฃ da rota foi-se, ou sรณ e em vรฃo aponta a obscura 

Praia que nunca atingirรฃo os panos lacerados. 

Entรฃo, frio mortal da alma, como a noite desce; 

Nรฃo sente ela a dor de outrem, nem a sua ousa sonhar;

toda a fonte do pranto, o frio a veio enregelar;

Brilham ainda os olhos: รฉ o gelo que aparece. 

Dos lรกbios flua o espรญrito, e a alegria o peito invada, 

Na meia-noite jรก sem esperanรงa de repouso: 

ร‰ como na hera em torno de uma torre jรก arruinada, 

Verde por fora, e fresca, mas por baixo cinza anoso. 

Pudesse eu me sentir ou ser como em horas passadas, 

Ou como outrora sobre cenas idas chorar tanto;

Parecem doces no deserto as fontes, se salgadas: 

No ermo da vida assim seria para mim o pranto.

A Inรชs

Nรฃo me sorrias ร  sombria fronte, 

Ai! sorrir eu nรฃo posso novamente: 

Que o cรฉu afaste o que tu chorarias 

E em vรฃo talvez chorasses, tรฃo somente.

E perguntas que dor trago secreta,
A roer minha alegria e juventude?
E em vรฃo procuras conhecer-me a angรบstia
Que nem tu tornarias menos rude?

Nรฃo รฉ o amor, nรฃo รฉ nem mesmo o รณdio,
Nem de baixa ambiรงรฃo honras perdidas,
Que me fazem opor-me ao meu estado
E evadir-me das coisas mais queridas.

De tudo o que eu encontro, escuto, ou vejo,
ร‰ esse tรฉdio que deriva, e quanto!
Nรฃo, a Beleza nรฃo me dรก prazer,
Teus olhos para mim mal tรชm encanto.

Esta tristeza imรณvel e sem fim
ร‰ a do judeu errante e fabuloso
Que nรฃo verรก alรฉm da sepultura
E em vida nรฃo terรก nenhum repouso.

Que exilado – de si pode fugir?
Mesmo nas zonas mais e mais distantes,
Sempre me caรงa a praga da existรชncia,
O Pensamento, que รฉ um demรดnio, antes.

Mas os outros parecem transportar-se
De prazer e, o que eu deixo, apreciar;
Possam sempre sonhar com esses arroubos
E como acordo nunca despertar!

Por muitos climas o meu fado รฉ ir-me,
Ir-se com um recordar amaldiรงoado;
Meu consolo รฉ saber que ocorra embora
O que ocorrer, o pior jรก me foi dado. 

Qual foi esse pior? Nรฃo me perguntes,
Nรฃo pesquises por que รฉ que consterno!
Sorri! nรฃo sofras risco em desvendar
O coraรงรฃo de um homem: dentro รฉ o Inferno.

Nรฃo, a Beleza nรฃo me dรก prazer,
Teus olhos para mim mal tรชm encanto.